
Estou trabalhando a mais ou menos uma semana em uma empresa que presta serviços de transporte coletivo aqui no estado. E eu como não tenho muita sorte [na verdade a sorte me abandonou de vez! rs] trabalho direto com o os consumidores. Trabalho como cobrador de ônibus.
Legal? Um pouco [vai me render alguns posts como os de hoje, mais também muito cansaço].
Hoje durante todo o percurso em que trabalhei nada de anormal aconteceu-me a não pelo fato deste senhor Bigodudo e do que ele aprontou.
Baixo, gordo, chapéu de couro na cabeça [típico nordestino, ou calanguinho do Nordeste como o apelidei.rs] ele veio em minha direção.
O ônibus tinha acabado de fazer a viagem e tinha 10 minutos de intervalo.
Ele veio em minha direção e perguntou:
- Que horas sai este ônibus?
Informei-lhe tudo direitinho e voltei para meus pensamentos [cerveja, festa, e coisas que eu queria muito naquele momento].
Ele cutucou meu braço pela janela do ônibus. Sorriu para mim [um sorriso nu, sem a maioria dos dentes, contei apenas uns 4] e voltou a falar:
- Tudo bem? [aí senti o bafo de cachaça e ensaiei três desmaios]
Respondi que estava tudo bem e virei, pensei comigo: “Ah não! Aturar bêbado agora não!”
Depois de uma nova cutucada em meu ombro ele novamente dirige-se a mim:
- Que cabelo lindo. Posso te pagar um refrigerante?
Ân?! Refrigerante? Disse-lhe que não e agradeci.
- E água você quer?
- Que nada não meu tio – respondi.
- Você é bem inteligente né? [o.O’]
Não soube o que responder. Fiquei calado enquanto ele me vinha com mais uma.
- Olha só, quando eu entrar no ônibus vou te dar meu número do celular.
Pensei com meus botões: “Uiaa! O calanguinho tem celular. Todo chic. Quem agüenta?!”
O Velho safado me assediando de tudo quanto é forma. Eu já estava tão vermelho que já estava ficando roxo de tanta vergonha.
O Calanguinho entrou no ônibus e pôs umas sacolas perto da porta. Graças a Deus não me deu o número do celular dele.
No meio da viagem, numa hora em que o motorista estava abrindo a porta para um passageiro descer e passou num buraco fazendo todos tripulantes do ônibus pularem, uma sacola do Calanguinho rolou escada abaixo [uma melancia] e espatifou-se no meio da rua.
Eu ri por dentro. Aquilo foi por ele ter-me feito passar vergonha.
Mais olhando por um outro lado, eu devo ta muito bem na fita [muito bonito ou coisa parecida] para até um homem velho que tem idade para ser meu pai ou meu avô está dando em cima de mim. [Eu agüento com isso?]
Será que ele pensou que eu era garoto de programa? [o.O]
Velho safado! Depois que ele desceu do bus ele olhou-me e riu, eu ri. Ri muito daquilo tudo.
Pelos menos acabou com a monotonia do meu dia e me fez dar umas boas gargalhadas.
Eu heim!